O livro dos Espíritos
Vida espírita
Relações de simpatia e antipatia dos Espíritos. Metades eternas
301. Dois Espíritos simpáticos são o complemento um do outro, ou essa simpatia é o resultado de uma identidade perfeita? (1)
– A simpatia que atrai um Espírito ao outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos; se um tivesse que completar o outro, perderia sua individualidade.
302. A identidade necessária para a simpatia perfeita consiste apenas na semelhança de pensamentos e sentimentos, ou ainda na uniformidade dos conhecimentos adquiridos?
– Na igualdade dos graus de elevação.
303. Os Espíritos que não são simpáticos hoje podem tornar-se mais tarde?
– Sim, todos o serão. Assim, o Espírito que está hoje numa esfera inferior, ao se aperfeiçoar, alcançará a esfera onde está o outro. Seu reencontro acontecerá mais prontamente se o que está num grau mais evoluído permanecer estacionário por não ter conseguido superar as provas a que se submeteu.
303.a Dois Espíritos simpáticos podem deixar de sê-lo?
– Certamente, se um deles for preguiçoso.
"A teoria das metades eternas7 é apenas uma figura que representa a união de dois Espíritos simpáticos. É uma expressão usada até mesmo na linguagem comum e não deve ser tomada ao pé da letra. Os Espíritos que dela se serviram certamente não pertencem a uma ordem elevada. A esfera de suas idéias é limitada e expressa seus pensamentos pelos termos de que se serviam durante a vida corporal. É preciso rejeitar essa idéia de dois Espíritos criados um para o outro, e que deverão, portanto, um dia, fatalmente, se reunir na eternidade, após estarem separados durante um espaço de tempo mais ou menos longo."
(1) As perguntas feitas aos Espíritos estão em letras normais e as repostas destes estão em grifo. As notas de Allan Kardec estão entre aspas.
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