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8 de mai. de 2012

Livro dos Espíritos - Transmigração progressiva


O Livro dos Espíritos

Parte Segunda – Capítulo 4

PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Transmigração3 progressiva


189. Desde o princípio de sua formação, o Espírito desfruta da plenitude de suas faculdades (1) 

– Não, o Espírito, assim como o homem, tem também sua infância. Na origem, os Espíritos têm somente uma existência instintiva e mal têm consciência de si mesmos e de seus atos. É pouco a pouco que a inteligência se desenvolve.

190. Qual é o estado da alma em sua primeira encarnação ?

– É o estado de infância na vida corporal. Sua inteligência apenas desabrocha: a alma ensaia para a vida.

191. As almas de nossos selvagens são almas em estado de infância ?

– De infância relativa; são almas já desenvolvidas, pois já sentem paixões.

191.a. As paixões são, então, um sinal de desenvolvimento ?

– De desenvolvimento sim, mas não de perfeição. As paixões são um sinal da atividade e da consciência doeu, visto que, na alma primitiva, a inteligência e a vida estão em estado de germe.

"A vida do Espírito, em seu conjunto, passa pelas mesmas fases que vemos na vida corporal. Gradualmente, passa do estado de embrião ao de infância para atingir, no decurso de uma sucessão de períodos, o de adulto, que é o da perfeição, com a diferença de que não conhece o declínio e a decrepitude, isto é, a velhice extrema como na vida corporal. Essa vida, que teve começo, não terá fim; precisa de um tempo imenso, do nosso ponto de vista, para passar da infância espírita a um desenvolvimento completo, e seu progresso se realiza não somente num único mundo, mas passando por diversos mundos. A vida do Espírito se compõe, assim, de uma série de existências corporais, e cada uma delas é uma ocasião para o seu progresso, como cada existência corporal se compõe de uma série de dias em cada um dos quais o homem adquire um acréscimo de experiência e instrução. Mas, da mesma forma que, na vida do homem, há dias que não trazem nenhum proveito, também na do Espírito há existências corporais sem resultado, por não as ter sabido aproveitar."

1. Dogma: essa palavra adquiriu de forma genérica o significado de um princípio, um ponto de doutrina infalível e indiscutível. Porém, o seu verdadeiro sentido não é esse. A Doutrina Espírita não é dogmática no sentido que se conhece em alguns credos religiosos que adotam o princípio de filosofia em que a fé se sobrepõe à razão (fideísmo) para acomodar e justificar suas posições de crença. A palavra dogma está aqui com o seu significado, isto é, a união de um fundamento, um princípio divino, com a experiência humana. Allan Kardec a emprega aqui e nas demais obras da Codificação Espírita com esse sentido, e igualmente os Espíritos se referiram ao dogma da reencarnação com essa significação, como se vê na resposta e à frente, na Parte Segunda, cap. 5, desta obra (N. E.).

2. Assunto abordado nesta obra, na Parte Terceira, cap. 8 (N. E.).

3. Transmigração: passagem da alma de um corpo para outro (N. E.). 


(1) As perguntas feitas aos Espíritos estão em letras normais e as repostas destes estão em grifo. As notas de Allan Kardec estão entre aspas.



Perguntas e respostas extraídas do Livro dos Espíritos (Allan Kardec)

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