O Livro dos Espíritos
Parte Segunda – Capítulo 7
Retorno à vida corporal
Infância
379. O Espírito que anima o corpo de uma criança é tão desenvolvido quanto o de um adulto? (1)
– Pode até ser mais, se progrediu mais. São apenas órgãos imperfeitos que o impedem de se manifestar. Ele age em razão do instrumento, com que pode se manifestar.
380. Numa criança de tenra idade, o Espírito, exceto pelo obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, pensa como uma criança ou como um adulto?
– Quando é criança, é natural que os órgãos da inteligência, não estando desenvolvidos, não possam lhe dar toda a intuição de um adulto; ele tem, de fato, a inteligência bastante limitada, enquanto a idade faz amadurecer sua razão. A perturbação que acompanha a encarnação não cessa subitamente no momento do nascimento; ela somente se dissipa gradualmente, com o desenvolvimento dos órgãos.
"Uma observação em apoio dessa resposta é que os sonhos da criança não têm o caráter dos de um adulto; seu objeto é quase sempre infantil, o que é um indício da natureza das preocupações do Espírito."
381. Na morte da criança, o Espírito retoma imediatamente seu vigor anterior?
– Deve retomar, uma vez que está livre do corpo; entretanto, apenas readquire sua lucidez quando a separação é completa, ou seja, quando não existe mais nenhum laço entre o Espírito e o corpo.
382. O Espírito encarnado sofre, durante a infância, com as limitações da imperfeição de seus órgãos?
– Não. Esse estado é uma necessidade, está na natureza e de acordo com os planos da Providência: é um tempo de repouso para o Espírito.
(1) As perguntas feitas aos Espíritos estão em letras normais e as repostas destes estão em grifo. As notas de Allan Kardec estão entre aspas.
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