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7 de out. de 2013

365 a 366 - O Livro dos Espíritos - Retorno à vida corporal - Capítulo 7

O Livro dos Espíritos

Parte Segunda – Capítulo 7

Retorno à vida corporal

Faculdades morais e intelectuais do homem

365. Por que alguns homens muito inteligentes, que evidenciam estar neles encarnados Espíritos Superiores, são, ao mesmo tempo, cheios de vícios?  (1)

– É que os Espíritos encarnados neles não são puros o suficiente, e o homem cede à influência de outros Espíritos ainda piores. O Espírito progride numa marcha ascendente insensível, mas o progresso não se cumpre simultaneamente em todos os sentidos. Durante um período das suas muitas existências, pode avançar em ciência; num outro, em moralidade.

366. O que pensar da opinião de que as diferentes faculdades intelectuais e morais do homem seriam o produto de diferentes Espíritos encarnados nele e tendo cada um uma aptidão especial?

– Ao refletir sobre essa opinião, reconhece-se que é absurda. O Espírito deve ter todas as aptidões; para poder progredir, lhe é necessária uma vontade única. Se o homem fosse uma mistura de Espíritos, essa vontade não existiria e não teria individualidade, uma vez que, em sua morte, todos esses Espíritos seriam como um bando de pássaros escapados duma gaiola. O homem lamenta-se, freqüentemente, de não compreender certas coisas, e é curioso ver como multiplica as dificuldades, quando tem ao seu alcance uma explicação muito simples e natural. Ainda aqui, toma o efeito pela causa; é fazer em relação ao homem o que os pagãos faziam em relação a Deus. Eles acreditavam em tantos deuses quantos são os fenômenos no universo, mas mesmo entre eles havia pessoas sensatas que já viam nesses fenômenos apenas efeitos, que tinham uma única causa – Deus.
" O mundo físico e o mundo moral nos oferecem, a esse respeito, numerosos pontos de comparação. Acreditou-se na existência múltipla da matéria enquanto se esteve apegado à aparência dos fenômenos. Hoje, compreende-se que esses fenômenos tão variados podem muito bem não passar de modificações de uma matéria elementar única. Os diversos dons são manifestações de uma mesma causa que é a alma, ou Espírito encarnado, e não de diversas almas, assim como os diferentes sons do órgão são o produto do mesmo ar e não de tantas outras espécies de ar quantos sejam os sons. Desse sistema resultaria que, quando um homem perde ou adquire certas aptidões, certas tendências, isso seria pela ação de outros tantos Espíritos que vieram a encarnar nele ou que se foram, o que o tornaria um ser múltiplo, sem individualidade e, conseqüentemente, sem responsabilidade. Também contradizem essa idéia os exemplos tão numerosos de manifestações pelas quais os Espíritos provam sua personalidade e identidade." 

 (1) As perguntas feitas aos Espíritos estão em letras normais e as repostas destes estão em grifo. As notas de Allan Kardec estão entre aspas.

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