Capítulo 1
Parte Segunda
Progressão dos Espíritos
124. Uma vez que há Espíritos que, desde o princípio, seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, deve haver, sem dúvida, degraus entre esses dois extremos ? (1)
– Sim, certamente, e é aí que se encontra a grande maioria.
125. Os Espíritos que seguiram o caminho do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros ?
– Sim, mas as eternidades serão para eles mais longas.
" Por esta expressão – as eternidades – deve-se entender a idéia que os Espíritos inferiores têm da perpetuidade de seus sofrimentos, porque, como não lhes é dado ver o fim do seu sofrimento, essa idéia revive em todas as provas em que fracassam7 "
126. Os Espíritos que alcançaram o grau supremo de perfeição, após terem passado pelo mal, têm menos mérito do que os outros, aos olhos de Deus ?
– Deus contempla a todos do mesmo modo e os ama com o mesmo coração. Eles foram chamados maus por fracassarem; mas no início eram só simples Espíritos.
127. Os Espíritos são criados iguais quanto às aptidões intelectuais ?
– Eles são criados iguais, mas, não sabendo de onde vêm, é preciso que o livre-arbítrio prossiga seu curso.Progridem mais ou menos rapidamente em inteligência como em moralidade.
"Os Espíritos que seguem desde o princípio o caminho do bem nem por isso são Espíritos perfeitos. Se não têm tendências más ainda precisam adquirir a experiência e os conhecimentos necessários para atingir a perfeição. Podemos compará-los a crianças que, qualquer que seja a bondade de seus instintos naturais, têm necessidade de se desenvolver, se esclarecer e não passam, sem transição, da infância à idade adulta. Assim como há homens bons e outros maus desde sua infância, há também Espíritos bons ou maus desde sua origem, com a diferença fundamental de que a criança tem os instintos todos formados, enquanto o Espírito, na sua formação, não é mau, nem bom; tem todas as tendências e toma uma ou outra direção por efeito de seu livre-arbítrio."
7. Compare com a questão 101, referente à idéia de sofrimento e punição (N. E.).
(1) As perguntas feitas aos Espíritos estão em letras normais e as repostas destes estão em grifo. As notas de Allan Kardec estão entre aspas.
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