Dói-me lembrar-te, Mãe, cansada e desvalida
Triste, vendo meu pai morrendo na bigorna,
Teu coração ferido, em lágrimas se entorna,
Mas queres sustentar-me o pão, a escola e a vida.
Lavadeira a servir suando em noite morna,
Desmaiaste no chão da choça hoje esquecida,
E ao lembrar-te a brusca e insiosa despedida,
À dor se me refaz na angústia que retorna.
Chorei, sofri, cresci... Fui rico joalheiro,
Doente, enlouqueci atrelado ao dinheiro,
Mendigo, achei a morte, falando-me em diamantes...
Agora eis-me a pedir teus braços de amor puro,
sei, porém, que é preciso esperar o futuro,
Quero ser teu menino pobre como dantes !...
Júlio Monteiro
Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, em
Culto do Evangelho no Lar; em sua residência, na noite de
11 de fevereiro de 1994, em Uberaba, Minas.
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