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2 de mar. de 2011

Tudo se encaixa - Por: Humberto Rodrigues Neto

 “Ora, Deus não é Deus dos Mortos, mas de vivos, porque para ELE vivem todos” - Jesus (Lucas, 20:38)

Conforme cita o espírito Rochester, no livro “Herculanum”, psicografado por Wera Kriganowski, o soldado romano Quirilius Cornelius fora deslocado da Gália para servir em Jerusalém, onde ficou vivamente impressionado com as descrições sobre os ensinamentos e as curas de Jesus. Resolveu, então, ir visitá-lo no cárcere, onde o encontrou em prece fervorosa.
Comoveu-se ao ver-lhe a face esquálida, os olhos fundos e macerados e o corpo extremamente debilitado pelos sofrimentos atrozes a si infligidos. Dirige-lhe, então, as seguintes palavras;
“— Mestre, não posso conformar-me em que, sendo tu tão bom e tão puro, pereças assim de morte infamante... Deixa-me salvar-te: toma a minha armadura, este manto e esta chave: abre a portinha que ali vês, a qual dá para um corredor. Ao final dele encontrar-te-ás numa viela deserta. Dali irás à minha casa, onde moram pessoas dedicadas que te facilitarão a fuga da cidade. Deixa-me morrer em teu lugar, porque a vida de um soldado obscuro não vale a de quem, como Tu é providencial e benéfica aos enfermos e desgraçados...”
Jesus recusa a proposta, mas promete aceitar-lhe o sacrifício, não naqueles dias, mas em futuro distante, nas chamas de uma fogueira!
Vamos agora a outro fato: John Huss, teólogo notável, nasceu em 1369, em Husinec, na Checoslováquia, tendo sido ordenado sacerdote em Praga em 1395. Desde logo simpatizou com as idéias de Wycliffe, reformado religioso inglês que negava o dogma da transubstanciação, ou seja, a transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de Jesus.

Durante os sermões, feitos na sua língua pátria, apoiava a tese de Wycliffe, verberava a vida imoral da prelazia, a ostentação do luxo e a simonia dos papas, pregando o retorno do clero à vida simples, honrada e dignificante, praticada pelos discípulos do cristianismo primitivo.
Na defesa de suas teses, dirigiu-se a Roma onde foi tachado de herege e excomungado pelo papa Alexandre V, que considerou interdita a cidade de Praga, onde exercia o sacerdócio, sem que isto o demovesse de suas pregações.

Em 1413 foi intimado a comparecer ao Concílio de Constança. Para salvaguarda de sua integridade física e de sua liberdade, a ele compareceu munido de um salvo-conduto de Segismundo, Rei da Hungria e Imperador do Sacro Império Romano.

Instado a reconhecer suas “heresias” e a abjurá-las, afirmou que só o faria se provassem que eram contrárias aos ensinamentos da Bíblia. De nada valeu-lhe o salvo-conduto que portava, pois foi conduzido à fogueira no dia 6 de julho de 1415, sendo suas cinzas lançadas no lago de Constança.

Ao ser-lhe conferida a sentença, olhou fixamente para Segismundo, que se encheu de vergonha ante a violação, premeditada do salvoconduto que lhe dera, caminhando para as chamas com invulgar serenidade e firmeza de ânimo, dizendo: “— Estou preparado para morrer na verdade do Evangelho, que ensinei e escrevi”.

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